14/12/2010 16:31

Precisamos Acreditar

Ontem assisti ao filme O Melhor Amigo do Papai Noel (lançamento da Disney) junto com minha filha de cinco anos. Todo final de ano, assisto junto com ela aos filmes com temas natalinos, sempre conforme sua idade e compreensão, pra fortalecer em nós o espírito do natal, que teima em se perder pelo comércio da cidade.

Confesso que jamais perdi o contato com a alma natalina, seja pela minha crença em Jesus Cristo ou mesmo simplesmente pela magia do vermelho e branco na roupa do bom e velho Papai Noel. Embora tenha origem comercial, o Papai Noel consegue transmitir e preservar a essência dessa época de reflexões, confraternizações e encontros.

Tudo depende de como a gente vê as coisas. Como publicitário obrigatoriamente transito entre as duas vias, a do comércio e a espiritual, cujo significado extremo é o cristianismo, mas que admito incluir além do Noel, árvores, guirlandas, meias coloridas e antigas músicas que tocam o meu coração. Assim como minha filha, meus sobrinhos com cerca de dez anos ainda acreditam nas histórias natalinas e esperam ansiosos pelo presente que promete vir pela chaminé ao som de sinos e ruídos de renas, mesmo que em suas casas nunca tenha havido chaminés, mas “ela existe, está lá, mesmo que seja só por um dia, só não vê quem não quer”.

Os altos investimentos em decoração de natal no comércio são exemplos de que o espírito natalino é quem fomenta o mercado. Se ficar em casa off line talvez não compre um só presente, mas se for a um dos shoppings da cidade você certamente vai se sentir motivado a presentear as pessoas que você quer bem, porque o clima te despe da indiferença e te insere na poesia e como Reis Magos, nos motiva a presentear aqueles para quem a estrela aponta em nossos corações.

Mas a intenção deste texto é propor que percebamos este mês com a sensibilidade de uma criança. Que resgatemos nossa emoção e deixemos coadjuvar nossos compromissos consumistas e profanos. Que tal tratar seu cliente com um olhar mais humano? Ofereça a ele algum “presente” de natal, mesmo que seja uma bala, um desconto, um simples café, mas que venha acompanhado de um sorriso e o desejo de feliz natal. Isso vai fazer a diferença pra ele e pra você, tenha certeza disso. Dispense os cartões eletrônicos e obrigatórios com textos bem redigidos, diga apenas “feliz natal”, desejando mesmo, do fundo do seu coração.

Respire o ar mais puro exalado pelas decorações das nossas praças, do presépio do Centro de Convivência, das milhões de luzes de nossas árvores. Encontre um amigo, ligue para aquela pessoa que você tem vontade mas que o orgulho não permite.

O natal existe, está dentro de cada um de nós desde quando nascemos e quando também esperávamos pelo descida do Papai Noel na chaminé imaginária da casa que nem fogão tinha. Desperte a criança que carregamos para a velhice, para o além, e preserve este que pode ser o último apelo de paz e de confraternização entre todos os povos.

Feliz Natal!

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